Se tem uma coisa que me incomoda muito - mas muito mesmo - são pesssoas que adoram valorizar qualquer coisa que venha de fora mas não consegue ter orgulho de absolutamente nada que venha do Brasil. Que não tem o mínimo de sensibilidade para perceber que dentro do nosso país se criou uma liberdade cultural tão grande, com a criação de inúmeros estilos musicais e literários e espaço para o surgimento de gênios da arte e do saber. Não estou dizendo que devemos nos fazer de cegos e aplaudir qualquer coisa só por que é brasileira, mas é impossível imaginar que dentro de tantos feitos e criações de nossos compatriotas não exista nada que te faça se orgulhar e agradecer por pertencer à essa cultura.Vejo muita gente que diz odiar o Carnaval. Ok, ninguém é obrigado a ir nas festas e pular ao som de "Mamãe eu quero" só porque é brasileiro. Mas ninguém pode negar que os carros alegóricos do Rio e São Paulo são pura arte, os samba-enredos contando nossa história são inspiradores e que se a mesma festa ocorresse na Europa ou Estados Unidos, muitos sonhariam viajar para ver de perto essa criação popular.
O motivo do meu texto é um vídeo que havia sumido nos confins do inferno, mas retornou, com força total, ao Facebook. Eu não consigo crer que qualquer pessoa inteligente que preste atenção aos "argumentos" apresentados pela jornalista consiga realmente considera-la inteligente. Talvez o tom de autoridade que ela emprega na voz possa pegar desprevenido os mais desavisados. Mas basta uma observação mais atenta para entender que não há coerência entre as partes do discurso. Vamos a eles:
"O Carnaval tal como conhecemos, ele surgiu na Europa" - Não, tal como conhecemos, não surgiu na Europa. O que surgiu na Era Vitoriana foram as festas populares de rua. Se for pensar então todas as festas populares do mundo também terão surgido na Europa. "Adaptando-se a outras culturas" Sim, as adaptações culturais são a base para a criação de novos costumes. Se esse discurso valesse, também poderíamos supor que, se os antropóides do período Terciário batiam ossos e bastões para emitir sons, logo o samba não foi criado no Brasil, pois as batidas são derivaçoes desses sons produzidos pelos homens das cavernas.
"É uma festa popular. Balela, o Carnaval virou negócio. E quem não tem dinheiro para comprar a roupinha colorida, não tem também direito de ser feliz?" Não vou nem citar que logo a frente ela muda o discurso, dizendo que o Carnaval foi criado para enganar os pobres: "Dinheiro é pago a artistas da terra para garantir o circo à uma população miserável". Fiquei confusa se ela acredita ou não que quem não tem dinheiro tem direito a participar das festas populares. Na cabeça dela é certo ou errado o governo proporcionar uma festa de rua acessível a todos? "Ninguém sobe no trio elétrico animar o povo só por ser o Carnaval uma festa democrática" Ela realmente pensa que só porque os artistas são populares e "da terra" deveriam trabalhar e se apresentar de graça? Assim, artistas como músicos, dançarinos e animadores não deveriam lucrar com seu trabalho (acho que ela acredita que o entretenimento não é tão sério quanto seu jornalismo e não deve ser considerado emprego, não? As pessoas nem usam terninho, poxa!)
"Para atender aos bêbados de plantão" É, realmente. A bebida é um costume unicamente brasileiro e ligado apenas às comemorações de Carnaval. Outros eventos mundiais não vendem e lucram com a venda de alcoolicos.
"Onde estão essas mesmas ambulâncias quando uma mãe precisa socorrer um filho doente?" Se as ambulâncias existem na época do Carnaval, não costumam se dissolver depois das festas. Se a criança não é socorrida, é por falta de gestão e não de ambulâncias (reportagens já comprovaram que muitas ficam paradas) ou por culpa das festividades.
"Dizem até que faz girar a economia" Desculpe, mas é só digitar no Google para descobrir a quantidade de turistas do mundo todo que vem para o Brasil na época das festas. E se você se preocupa tanto com a vida dos vendedores ambulantes, pergunte a eles se são a favor de acabar com as festas de rua.
Só mais uma coisa: se você acreditasse tanto nesse seu discurso mal formulado e pífio, não estaria lendo ele, e sim, discursando livremente.
Beijos Brasil
O motivo do meu texto é um vídeo que havia sumido nos confins do inferno, mas retornou, com força total, ao Facebook. Eu não consigo crer que qualquer pessoa inteligente que preste atenção aos "argumentos" apresentados pela jornalista consiga realmente considera-la inteligente. Talvez o tom de autoridade que ela emprega na voz possa pegar desprevenido os mais desavisados. Mas basta uma observação mais atenta para entender que não há coerência entre as partes do discurso. Vamos a eles:
"O Carnaval tal como conhecemos, ele surgiu na Europa" - Não, tal como conhecemos, não surgiu na Europa. O que surgiu na Era Vitoriana foram as festas populares de rua. Se for pensar então todas as festas populares do mundo também terão surgido na Europa. "Adaptando-se a outras culturas" Sim, as adaptações culturais são a base para a criação de novos costumes. Se esse discurso valesse, também poderíamos supor que, se os antropóides do período Terciário batiam ossos e bastões para emitir sons, logo o samba não foi criado no Brasil, pois as batidas são derivaçoes desses sons produzidos pelos homens das cavernas.
"É uma festa popular. Balela, o Carnaval virou negócio. E quem não tem dinheiro para comprar a roupinha colorida, não tem também direito de ser feliz?" Não vou nem citar que logo a frente ela muda o discurso, dizendo que o Carnaval foi criado para enganar os pobres: "Dinheiro é pago a artistas da terra para garantir o circo à uma população miserável". Fiquei confusa se ela acredita ou não que quem não tem dinheiro tem direito a participar das festas populares. Na cabeça dela é certo ou errado o governo proporcionar uma festa de rua acessível a todos? "Ninguém sobe no trio elétrico animar o povo só por ser o Carnaval uma festa democrática" Ela realmente pensa que só porque os artistas são populares e "da terra" deveriam trabalhar e se apresentar de graça? Assim, artistas como músicos, dançarinos e animadores não deveriam lucrar com seu trabalho (acho que ela acredita que o entretenimento não é tão sério quanto seu jornalismo e não deve ser considerado emprego, não? As pessoas nem usam terninho, poxa!)
"Para atender aos bêbados de plantão" É, realmente. A bebida é um costume unicamente brasileiro e ligado apenas às comemorações de Carnaval. Outros eventos mundiais não vendem e lucram com a venda de alcoolicos.
"Onde estão essas mesmas ambulâncias quando uma mãe precisa socorrer um filho doente?" Se as ambulâncias existem na época do Carnaval, não costumam se dissolver depois das festas. Se a criança não é socorrida, é por falta de gestão e não de ambulâncias (reportagens já comprovaram que muitas ficam paradas) ou por culpa das festividades.
"Dizem até que faz girar a economia" Desculpe, mas é só digitar no Google para descobrir a quantidade de turistas do mundo todo que vem para o Brasil na época das festas. E se você se preocupa tanto com a vida dos vendedores ambulantes, pergunte a eles se são a favor de acabar com as festas de rua.
Só mais uma coisa: se você acreditasse tanto nesse seu discurso mal formulado e pífio, não estaria lendo ele, e sim, discursando livremente.
Beijos Brasil
PS: Segue o vídeo da anta histórica
http://www.youtube.com/watch?v=oLmFQxsMbN4&feature=player_embedded#!