quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Silvio Santos e Jassa: uma dupla bem levada!



    Dai que eu pintei meu cabelo. Já fazia algum tempo que eu estava com vontade de mudar. Tentei trocar uns móveis de lugar. Nada. Tentei dormir com um ursinho de pelúcia diferente. Nada. Tentei colocar alho em pó no brigadeiro. Nada. Não dava mais para fugir, estava na hora!
    Fui loira durante um bom tempo. Comecei com luzes aos 13 anos e terminei com eles brancos - um processo que durou 8 anos. Seria possivel pintar sem lamentações posteriores? Sem tentativas de suicídio? Sem traumas eternos? Não importava, as cócegas da inconsequencia capilar já possuiam todo meu corpo.
    Caminhei (mentira, fui de carro, mas caminhei torna a coisa toda mais poética, não?) até a loja de cosméticos onde uma vendedora que em alguns minutos se tornou amiga intima da turne que fiz com terapia sexual me atendeu prontamente. Discutimos cores, marcas, catálogos, receitas de bolo e a peruca de Silvio Santos até que me decidi: loiro médio cobre. Comprei em duas vezes sem juros no cartão Visa e estava feito.
    Contei à minha mãe como uma adolescente que conta uma gravidez indesejada aos catorze anos com o entregador de gás da esquina. Ela processou as palavras como um julgamento de morte: o loiro querido e amado estava condenado. Algum tempo até a aceitação e ela concordou em fazer parte desse momento. Preparamos a tinta juntas, em silêncio. O medo e ansiedade pairando como metano de gases no ar. Foram 40 minutos da mais grandiosa mistura de sentimentos...
    E agora estou assim, ruiva. Mas o mais importante é o que surge com as mudanças cabelísticas. Só quem já fez sabe do que estou falando. E se não sabe, por favor dirija-se ao salão mais próximo.

Um comentário:

  1. Gostei do louro cobre médio, gostei bastante! Palavra de quem acompanhou boa parte da sua caminhada capilar a la Carla Perez, incluindo os acidentes com violeta genciana que acabavam em desfile de franja roxa no RU. Gostei mesmo...

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