sábado, 31 de dezembro de 2011

Acredito em 6 coisas impossíveis antes de tomar café


Último dia do ano - aliás, últimos dias do ano - fazem parte daquela época insuportável em que bilhões de coisas fervilham em nossas cabeças. Até o menor dos acontecimentos já nos leva a devaneios e loopings incontroláveis sobre a vida, nozes, listas do que fazer e porque fitinhas do Senhor do Bonfim no calcanhar deixam as pessoas 10 cm menores. Fim de ano também é época de festas, viroses de verão, confraternizações e, especialmente, formaturas.
Até alguns dias atras a coisa que mais me incomodava em formaturas era "valeu a pena ê ê sou pescador de ilusões". Sim, vocês dirão, essa música é desagradável e irritante, mas o que eu não sabia é que O Rappa chega a parecer cachorrinhos bebês frente a outras situações possíveis destes eventos.
Algumas semanas atrás fui a uma formatura de colegial. Tenho uma amiga de Maringá que já havia me avisado sobre o quão repugnante alguns adolescentes maringaenses podem ser. Eu, na minha inocência,imaginei fãs de Crepúsculo e RBD, ou ainda jogadores de RPG de mesa. Mas não. O que havia ali era muito
pior: como se saídas de uma fábrica, meninas e mais meninas de cabelo, maquiagem e vestidos praticamente iguais e uma cara de quem comeu coliformes e não gostou.
Ok, eu já frequentei todo tipo de lugares - de domingo hard core a baile funk, passando por show de freira rapper e campeonatos de jogo de damas e xadrez- pensei, e conheço diversos tipos de pessoas. Enumerei técnicas de tolerância: ignorar, rir, fazer a dança da boneca inflável... Mas quando gritei ao ouvir um nome, e duas robóticas meninas de luzes no cabelo me olharam com nojo, percebi que lidava com um tipo desconhecido de gente. Um tipo pior.
Passei cerca de uma hora vendo elas e eles subirem um a um e pegar seus diplomas. Salvo poucos, a maioria me dava a sensação de deja vú: "Essa menina já não subiu duas vezes?"; "Mas por que ela esta indo buscar outro diploma?"; "Esse não é aquele canarinho que morreu?"
Eis que, como se surgisse dos meus mais notáveis sonhos momentâneos ela apareceu: um vestido que se assimilava ao de um personagem do Alice no País das Maravilhas comprado em site chinês, uma coroa na cabeça e - pasmem! - sem o cabelo castanhocompridolisocomluzes. Quem seria essa pessoa? Como sobreviveu nesse ambiente tão hostil? Onde consigo uma bolsinha igual a dela?
Na saída uma conhecida afirmou que ela era falada. Perguntei se usava drogas enquanto corria nua pelo colégio, fazia orgia com anões albinos e publicava no facebook ou chutava cachorrinhos yorkshire. "Não. Mas ela já quis pintar o cabelo de  rosa!".
Nesse novo ano desejo a todos (todos mesmo, incluindo vizinhos do elevador e inimigos da escola) mais conteúdo e menos preocupação com as aparências. E para a moça falada, só sei que te acho louca, louquinha, perdeu um parafuso. Mas vou te contar um segredo: as melhores pessoas são.

Um comentário:

  1. Amei o seu texto *--*

    Eu ri das partes: " Tenho uma amiga de Maringá que já havia me avisado sobre o quão repugnante alguns adolescentes maringaenses podem ser. Eu, na minha inocência,imaginei fãs de Crepúsculo e RBD, ou ainda jogadores de RPG de mesa."

    "Na saída uma conhecida afirmou que ela era falada. Perguntei se usava drogas enquanto corria nua pelo colégio, fazia orgia com anões albinos e publicava no facebook ou chutava cachorrinhos yorkshire. "Não. Mas ela já quis pintar o cabelo de rosa!"."


    "Salvo poucos, a maioria me dava a sensação de deja vú: 'Essa menina já não subiu duas vezes?'; 'Mas por que ela esta indo buscar outro diploma?'; 'Esse não é aquele canarinho que morreu?'"

    Chorei de rir aqui, Ushahushahushuahusaushuasu xDD

    Ficou muito bom mesmo o texto *-*

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